Descrição
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Aula 1 – 30:32
Nesta primeira aula, José Luiz Fiorin, professor do Departamento de Linguística da FFLCH/USP, explica que, ao longo destes encontros, irá tratar das três categorias da enunciação: a pessoa, o tempo e o espaço. Mas para isso, antes de tudo, ele explicará o que é enunciação, isto é, o conceito de enunciação, partindo da teoria linguística do francês Émile Benveniste.
Aula 2 – 29:49
Na segunda aula, o professor José Luiz Fiorin trata da categoria de pessoa e mostra que, embora todos nós aprendamos na escola que existem a 1ª, a 2ª e a 3ª pessoas do singular e do plural, pela teoria de Émile Benveniste, a 1ª e a 2ª são as pessoas do discurso, os parceiros da enunciação, enquanto a 3ª pessoa é a “não pessoa”. Outra diferença em relação ao ensino convencional das escolas é que o “nós” não é plural, “nós” é na verdade uma pessoa ampliada, “eu” mais alguém. Pois quando “eu” tomo a palavra, “eu” sempre tomo a palavra sozinho. O professor Fiorin apresenta, por meio de exemplos em textos, a “debreagem actancial”, ou seja, a operação de instalação de pessoas no enunciado. E nos mostra, ainda, que uma pessoa pode ser utilizada com o valor de outra para criar determinados sentidos, caso em que temos outra operação, a “embreagem actancial”. A 1ª pessoa cria o efeito de sentido de subjetividade, enquanto a 3ª pessoa cria o efeito de sentido de objetividade. O ponto crucial da aula é lembrar que mais do que nos preocuparmos com as formas da língua, devemos atentar que elas existem para criar sentidos.
Aula 3 – 29:11
Na terceira aula, o professor José Luiz Fiorin trata da categoria de tempo, que assim como a pessoa e o espaço, é uma das categorias da enunciação. Ele diferencia o tempo físico do tempo linguístico — o tempo linguístico é uma construção da linguagem e, portanto, o “agora” da enunciação pode ser posto em qualquer lugar dentro do tempo físico, buscando a criação de sentidos. O tempo é marcado na língua por meio de morfemas temporais — verbo, advérbios e locuções adverbiais de tempo. Os acontecimentos são localizados em um texto a partir do momento da enunciação, que pode ser um momento de referência presente, passado ou futuro. E em relação a esse momento de referência, os acontecimentos também podem ser concomitantes, anteriores ou posteriores. Assim, em qualquer língua existem nove tempos: presente do presente, pretérito do presente, futuro do presente, presente do pretérito, pretérito do pretérito, futuro do pretérito, presente do futuro, pretérito do futuro e futuro do futuro. Os tempos da língua também são diferentes das formas verbais. Em alguns casos, a mesma forma pode servir para expressar tempos diferentes, como é o caso do pretérito perfeito do indicativo, que pode ser usado tanto para indicar o pretérito do presente, quanto para o presente do pretérito.
Aula 4 – 30:29
Nesta quarta aula sobre Enunciação, o professor Fiorin continua a tratar da categoria de tempo, tema da aula anterior, mostrando agora como funciona a temporalização no discurso, ou seja, como é feito o uso dos tempos no texto para narrar ou para descrever. A operação de instalação de tempo no texto é chamada “debreagem temporal”. Uma narrativa pode se dar no presente, no passado ou no futuro — narrar um texto em um desses três tempos é uma escolha lingüística. A narração no presente cria o efeito de um acontecimento se dando no momento em que o leitor lê o texto. Já quando a narração está no passado, o efeito é de que o narrado é anterior à narração, e quando a narração está no futuro, o efeito é de que o narrado vai se dar depois do momento da narração. Mais uma vez, o professor Fiorin reforça a ideia de que as formas da língua existem para criar sentidos. Assim, também é possível usar em um enunciado um tempo em lugar de outro — esta operação é chamada “embreagem temporal”. O tempo é uma construção da linguagem, e há uma vertigem temporal, um passado que vira presente, um presente que vira passado, um futuro que vira passado e assim sucessivamente. E são essas inúmeras possibilidades de uso das formas da língua criando sentidos diversos que tornam a linguagem algo tão interessante.
Aula 5 – 32:30
Nesta quinta e última aula do curso de “Enunciação”, o professor José Luiz Fiorin trata da categoria de espaço, após ter apresentado nas aulas anteriores as categorias de pessoa e de tempo. O espaço pode ser marcado em um texto por um pronome demonstrativo, um advérbio de lugar ou um adjunto adverbial de lugar. Mas, ao contrário das categorias de pessoa e de tempo, que não podem estar fora de um texto (uma vez que o verbo apresenta um morfema indicador de tempo, de modo, de pessoa e de número), o espaço pode ser implícito no texto. O espaço do enunciador é sempre um “aqui”, mas que não é necessariamente manifestado no texto. A marcação do espaço é triádica, ou seja, existem três espaços – o da 1ª, o da 2ª e o da 3ª pessoa. Mas o que ocorre atualmente é uma passagem desse espaço triádico para um espaço diático, em que se separa de um lado o espaço da enunciação (das 1ª e 2ª pessoas) e de outro o espaço exterior ao espaço da enunciação (da 3ª pessoa). Assim, por exemplo, “este” e “esse” passam a ser usados com o mesmo valor, com a única diferença de que “este” é mais enfático que “esse”. Quando ocorre o uso de um marcador de espaço em lugar de outro, há a “embreagem espacial”. Durante a aula, o professor apresenta diversos exemplos desse uso e explica que esse recurso lingüístico é utilizado para dar a ideia de presenças e ausências no texto. Assim, o professor Fiorin conclui a série, após ter nos mostrado como podemos utilizar as três categorias da enunciação para criar sentidos no texto.
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